domingo, 23 de novembro de 2008

Portunhol hasta Dios

Deja me vivir
Pues dentro de mi soy muerte
Aunque la suerte no me digas
Que sea efímera
Que sea de repente
Que sea transparente
Como el desiquilíbrio
Que sea fuerte
Que sea triste
Que sea un chiste
Pero que sea amor

terça-feira, 18 de novembro de 2008

delírio 39 graus

febril
marcas retornam deste corpo
em agressões
e sensibilidades
emergem coristas
de uma vida ou mais
uma força se debruça a consultar me
não não quero continuar te carregando
não existe mais espaço
mas te reconheço
pode passar por mim
segue teu caminho
e me deixa viver
em paz

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

fui

presa à convenções
que criaram para me compreender
nem pensar
presa a projeções que os outros fizeram para me enquadrar
nem pensar
presa aos desejos alheios
como se fosse minha obrigação corresponder
jamais
não me venha com dores imaginárias
de alguém que se relaciona com os seus traumas
pela parte que dói
que corrói
como se o mundo fosse culpado
pelo outro se sentir deixado de lado
afastado do que ele não conheceu
correntes de história
construída em cima de falsas memórias
que não pertencem à ninguém
mas às pobres escolas
que vivem de esmolas de conhecimento
patéticos fragmentados alienados
parcelados em doze vezes
jurada pelos deuses do capital
em manter a mediocridade intacta
como o desconhecimento
de si
e do todo que nos habita.



terça-feira, 28 de outubro de 2008

sentir

algo morre pra deixar o terreno
fértil
brotam pequenos ensaios
de felicidade
e às vezes voltam a morrer
a chuva vem e traz
mudanças
a sombra muda
narra a maestria do sol
que anuncia
uma nova primavera
cheia de esperança
de não esperar mais
nada

teste cor de peles kodak

domingo, 19 de outubro de 2008

Gomorra

ontem assisti Gomorra de Mateo Garrone. que filme incrível. um roteiro infelizmente documental sobre a maior mafia italiana   ( e nem por isso deixa de ser uma ficção brilhante), sem mitificar nada nem ninguém. uma denúncia, um grito ardido que ecoa sobre a humanidade de hoje. a maestria dos planos e das interpretações são impressionantes. uma releitura de tudo o que foi máfia no cinema e o que pôde se aprender entre a película e a realidade. 

a flor da pele

estou tão assim no desajuste que não caibo em minhas palavras. não acerto cores, sou  trouxa com facilidade. qualquer frase me remete ao fracasso das minhas ilusões desiludidas. as orelhas doem e ouço pequenos murmúrios que mais parecem buzinas de neuras.

nesta cidade do cão, sobrevivo entre motoboys e ônibusmans, entre fluxo de carros e de caminhões. entre túneis de merda e merda em túneis. entre esconde a bolsa e esquece ela em casa.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

você identifica

quando começa
essa coisa
que pode ser generosa
tranquila
grande
que cuida
respeita
admira
transcende
ilumina
sem se
desejar
nada
sempre
dentro?

se dói o que é?

amor
é uma idéia
de sentimento
de relação com o outro
você
refletido
no outro
ele
que
confunde
com outras idéias
mais antigas
que
fizeram sentido
um dia
mas quando existe
uma quebra
como saber se foi da idéia
ou do tempo dedicado à ela?