presa à convenções
que criaram para me compreender
nem pensar
presa a
projeções que os outros fizeram para me enquadrar
nem pensar
presa aos desejos alheios
como se fosse minha obrigação corresponder
jamais
não me venha com dores imaginárias
de alguém que se relaciona com os seus traumas
pela parte que dói
que corrói
como se o mundo fosse culpado
pelo outro se sentir deixado de lado
afastado do que ele não conheceu
correntes de história
construída em cima de falsas memórias
que não pertencem à ninguém
mas às pobres escolas
que vivem de esmolas de conhecimento
patéticos fragmentados alienados
parcelados em doze vezes
jurada pelos deuses do capital
em manter a mediocridade intacta
como o desconhecimento
de si
e do todo que nos habita.