domingo, 23 de novembro de 2008

Portunhol hasta Dios

Deja me vivir
Pues dentro de mi soy muerte
Aunque la suerte no me digas
Que sea efímera
Que sea de repente
Que sea transparente
Como el desiquilíbrio
Que sea fuerte
Que sea triste
Que sea un chiste
Pero que sea amor

terça-feira, 18 de novembro de 2008

delírio 39 graus

febril
marcas retornam deste corpo
em agressões
e sensibilidades
emergem coristas
de uma vida ou mais
uma força se debruça a consultar me
não não quero continuar te carregando
não existe mais espaço
mas te reconheço
pode passar por mim
segue teu caminho
e me deixa viver
em paz

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

fui

presa à convenções
que criaram para me compreender
nem pensar
presa a projeções que os outros fizeram para me enquadrar
nem pensar
presa aos desejos alheios
como se fosse minha obrigação corresponder
jamais
não me venha com dores imaginárias
de alguém que se relaciona com os seus traumas
pela parte que dói
que corrói
como se o mundo fosse culpado
pelo outro se sentir deixado de lado
afastado do que ele não conheceu
correntes de história
construída em cima de falsas memórias
que não pertencem à ninguém
mas às pobres escolas
que vivem de esmolas de conhecimento
patéticos fragmentados alienados
parcelados em doze vezes
jurada pelos deuses do capital
em manter a mediocridade intacta
como o desconhecimento
de si
e do todo que nos habita.