terça-feira, 5 de julho de 2011

solidão

sonhar com o voo
foi ilusão.

quando acordei
estava de cara pro abismo
e me joguei.

me joguei como a alma do suicida que acredita em super heróis
que espera que no último minuto possa ser salvo...

mas não fui.
meu corpo caía
as lágrimas queriam virar asas
e não voavam
despencavam

mesmo desmoronando tinham esperança.

a solidão rasgava por todos os lados
não tinha onde apoiar as mãos.

meu corpo batia e quebrava em cada
lembrança de ser dois.

em pedaços se desfazia
lento na gravidade mansa
que se sente depois da guerra
depois da catástrofe.


não teve vento
não teve mitologia
não teve alegoria
não teve história
não teve passe
não teve enlace


não teve jeito.

não teve fim.

mas terá.

3 comentários:

Ricardo Vivona disse...

muito bom Ermel

Carolina Bassi disse...

Com imagens surrealistas!! Visualisei cada sensação...
Muito bom Pat!
Que cada reflexão nos sirva de inspiração e nos presenteie com novas idéias e realizações.
Beijos grandes,
Carol

Anônimo disse...

Um dia ainda vou brincar de pegar o sol de solidão e suportar que ele queime minhas asas, reais, supostas ou imaginárias.

Quando eu e o vôo formos a mesma e única coisa elas serão mesmo necessárias?

Enquanto isso eu respondo a um poema e desejo boa noite ao sol que brilha em cada solitário.